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Teste psicológico será obrigatório para renovar a CNH

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Em prol da saúde mental dos motoristas e segurança das estradas, teste psicológico poderá ser implementado para renovação da CNH

Recentemente, um inovador projeto de lei encontrou seu caminho até a Câmara dos Deputados, possuindo o potencial de instaurar novas diretrizes para motoristas no ato da renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Proposto pelo senador Davi Alcolumbre, representante do Amapá, o projeto almeja instituir como compulsória a realização de avaliações psicológicas para todos os condutores durante o processo de renovação da CNH.

Atualmente, essa análise psicológica é uma etapa mandatória apenas para aqueles que estão em busca de sua primeira habilitação. Os motoristas que operam veículos para fins profissionais já se submetem a tais avaliações em diversas renovações. Contudo, segundo a iniciativa do senador, essa análise da saúde mental seria uma exigência a cada renovação, independentemente do propósito da condução do veículo.

Esta proposição destaca uma renovada preocupação com a saúde mental dos condutores, visando não só a segurança individual, mas também a coletiva, promovendo ambientes de trânsito mais seguros e harmônicos.

Foco na saúde mental dos motoristas
A razão intrínseca dessa nova proposta legislativa é a profunda inquietação com o estado psicológico dos condutores. O proponente, senador Alcolumbre, assinala que diversas patologias mentais têm potencial para comprometer a competência de conduzir um automóvel de maneira segura. Ele sublinha também que o estado psíquico de uma pessoa é suscetível a modificações ao longo dos anos, desde a aquisição inicial da habilitação até seus subsequentes processos de renovação.

O senador Fabiano Contarato, incumbido da relatoria do projeto, enfatiza a relevância desta iniciativa para fortalecer a segurança viária. Ele alude a condições psicológicas, tais como ansiedade, depressão e distúrbios associados ao consumo de substâncias, que podem comprometer a habilidade de operar veículos. A meta é assegurar que todos os motoristas possuam condições mentais adequadas para dirigir, uma estratégia essencial para a prevenção de acidentes.

A despeito dos avanços significativos no Brasil, que conseguiu diminuir em 30% as fatalidades no trânsito de 2011 a 2020, a jornada por vias mais seguras ainda é extensa e complexa. O país ainda presencia, anualmente, mais de 33 mil falecimentos decorrentes de sinistros viários. A expectativa com este projeto é que avaliações psicológicas frequentes e rigorosas possam coadjuvar na promoção de rodovias mais seguras. Cuidar da sanidade mental dos condutores é, afinal, um passo crucial para a preservação de vidas.

Como funciona o exame psicológico da CNH?
A avaliação psicológica na fase de renovação da CNH é um estudo aprofundado da personalidade do aspirante, explorando aspectos que transcendem as competências técnicas de direção.

Realizado por profissionais da psicologia, peritos de trânsito e conhecedores em Psicologia do Trânsito, esse procedimento avaliativo explora diferentes competências psicotécnicas cruciais para uma direção segura.

Essas competências englobam a resolução de problemas, foco, discernimento, raciocínio estruturado, vigilância, memória e habilidade manual. O processo avaliativo é executado em uma clínica validada pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran).

Mediante a realização de provas escritas, ilustrações e exercícios matemáticos, os aspirantes são aferidos em uma análise temporizada sobre suas capacidades cognitivas e decisórias. Logo, a habilidade para responder agilmente em contextos não convencionais e para tomar escolhas sensatas é vital para uma apreciação favorável. Contudo, o exame vai além de tais avaliações.

Junto aos testes, uma conversa interpretativa também é integrada ao procedimento para consolidar o diagnóstico. Nesse diálogo, os aspirantes são avaliados em suas reações genuínas e improvisadas, sem preparações ou saberes antecipados.

Esse aspecto é fundamental para validar a veracidade das reações e para oferecer uma perceção fiel sobre o comportamento habitual do indivíduo. É essencial ressaltar que esse exame não possui um modelo de respostas padrão. O primordial reside na honestidade e na naturalidade das respostas.

Por Ricardo Jornal Contabil

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