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O que acontece ao comer carne humana?

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Em uma revelação chocante que desafia a ética e a lei convencionais, verifica-se que a legislação brasileira não criminaliza explicitamente o ato de canibalismo. Isso mesmo: consumir carne humana, por si só, não vai automaticamente colocar você atrás das grades no Brasil. Esse vácuo legal ganhou atenção após relatos de um caso nos anos 1980 e 1990, onde coletores de lixo consumiram partes de corpos descartadas como resíduos médicos.

No entanto, antes que você tire quaisquer conclusões sensacionalistas, é fundamental observar que a lei não ignora completamente o fato. Se uma pessoa mata outra para consumir sua carne, ela ainda está cometendo homicídio. Portanto, o ato de canibalismo frequentemente acompanha outros crimes puníveis pelas leis existentes.

Enquanto a ambiguidade legal em torno do consumo de carne humana levanta sobrancelhas, cientistas há muito alertam sobre os graves riscos à saúde associados ao canibalismo. Pesquisadores apontam para exemplos históricos que servem como contos de advertência, um dos quais nos leva às terras isoladas da Papua-Nova Guiné.

Canibalismo: O Caso da Tribo Fore e os Perigos à Saúde
tribo Fore
A tribo Fore, nativa dessas terras, permaneceu fora de contato com o resto do mundo até os anos 1930. Pesquisadores só começaram a estudá-los nos anos 1950. O que eles descobriram foi assustador. A tribo foi atormentada por uma epidemia conhecida como “morte risonha”, que afetava principalmente mulheres e crianças. A causa? O consumo de carne humana, parte das práticas funerárias da tribo. Segundo crenças locais, as mulheres tinham a capacidade de amansar os espíritos dos mortos, consumindo sua carne. As mulheres começaram a cozinhar os cérebros de seus maridos falecidos e ofereceram petiscos aos seus filhos, disseminando inadvertidamente uma doença horrível chamada “kuru“.

Curiosamente, o kuru não era causado por um vírus ou bactéria, mas por uma proteína adulterada que desencadeava danos irreversíveis ao cerebelo. Assim, os pacientes perdiam o controle sobre seus corpos e emoções, sucumbindo eventualmente à doença. A tribo Fore cessou essa prática há meio século, mas as repercussões persistiram por décadas. A última vítima conhecida de kuru foi notada em 2009.

Consumir carne humana expõe alguém a riscos de saúde únicos, sublinhando por que é uma prática perigosa. Doenças que podem não ser transmitidas facilmente de animais para humanos poderiam se proliferar rapidamente quando a carne consumida é humana. Com o canibalismo facilitando a disseminação de doenças específicas da espécie, as implicações para a saúde servem como um argumento convincente contra a prática.

Ao examinar tanto as lacunas legais quanto as pesquisas científicas, a sociedade deve confrontar as complexidades chocantes que cercam essa prática tabu. Legal ou não, as consequências são muito graves para serem ignoradas.

O Que Acontece ao Consumir Carne Humana? Entendendo os Riscos
Para responder à pergunta de o que realmente acontece se você comer carne humana, é preciso mergulhar na ciência médica. Além dos riscos legais e éticos, consumir carne humana é perigoso por várias razões médicas. Um dos principais riscos é a transmissão de doenças e condições específicas da espécie. Carne humana pode conter patógenos que são inofensivos para o hospedeiro, mas extremamente prejudiciais para outra pessoa.

Um exemplo específico é o príon, uma proteína mal dobrada que pode causar doenças degenerativas do sistema nervoso, como a doença de Creutzfeldt-Jakob. Príons são transmitidos mais facilmente através do consumo de tecido cerebral, como observado no caso da tribo Fore com a doença kuru. Ao comer carne humana, especialmente o cérebro, você corre o risco de consumir essas proteínas perigosas, que depois podem induzir o mal dobramento de proteínas saudáveis no seu próprio corpo. Isso pode resultar em danos irreversíveis ao sistema nervoso, levando a sintomas que incluem perda de coordenação motora, demência e até a morte.

Além disso, a carne humana pode ser portadora de uma variedade de outras doenças infecciosas, como hepatite e HIV. Diferente de outras carnes que passam por processos rigorosos de inspeção, carne humana não é regulamentada ou inspecionada, elevando ainda mais o risco de transmissão de doenças.

Finalmente, há riscos psicológicos. A prática de canibalismo pode ter graves implicações para a saúde mental, levando a traumas e a um possível desenvolvimento de transtornos psiquiátricos.

O Milagre dos Andes: Comer Carne Humana para Sobreviver
Milagre dos Andes
Enquanto a conversa sobre canibalismo geralmente evoca horror e repulsa, há casos em que a prática foi uma última opção desesperada para a sobrevivência. Um desastre aéreo na Cordilheira dos Andes em 1972 é um exemplo contundente. Um avião que transportava 45 pessoas, incluindo uma equipe de rugby uruguaia, caiu nas montanhas dos Andes. Os sobreviventes enfrentaram condições extremas, incluindo altitudes elevadas, temperaturas abaixo de zero e escassez de comida.

Inicialmente, os sobreviventes tentaram se manter com chocolates e vinho que encontraram nos destroços. No entanto, com o passar do tempo e com os recursos diminuindo rapidamente, eles foram confrontados com uma escolha angustiante: recorrer ao canibalismo ou morrer de fome. Finalmente, tomaram a decisão coletiva de usar os corpos dos falecidos como uma fonte de nutrição, a fim de manter-se vivos na esperança de resgate.

Este caso chama a atenção para a complexidade ética de comer carne humana. Aqui, o ato não foi feito por razões culturais ou sadismo, mas como um último recurso para sobreviver em circunstâncias extremas. Os sobreviventes foram posteriormente resgatados após 72 dias na montanha e enfrentaram um escrutínio intenso da mídia e do público. No entanto, muitos argumentaram que sua ação era justificável dadas as circunstâncias extraordinárias.

Comparado aos riscos de saúde discutidos anteriormente, é digno de nota que os sobreviventes do desastre dos Andes não relataram problemas de saúde significativos relacionados ao consumo de carne humana. Isso levanta questões sobre se os riscos à saúde associados ao canibalismo podem ser atenuados em cenários extremos, embora mais pesquisas sejam necessárias para confirmar isso.

Urubu come carne humana?
Uma questão frequentemente levantada em discussões sobre canibalismo e decomposição é o papel dos animais detritívoros, como o urubu. Estas aves são conhecidas por sua dieta à base de carniça e têm um papel ecológico vital na decomposição de corpos mortos.

Mas, os urubus comem carne humana? A resposta é mais complexa do que um simples sim ou não. Essas aves são oportunistas e, em circunstâncias normais, preferem animais mortos que encontram no ambiente natural. No entanto, em situações extremas onde um corpo humano estiver disponível e não houver outras fontes de alimento, é possível que eles se alimentem de restos humanos.

Assim como no caso humano, o ato de um urubu consumir carne humana pode trazer riscos à saúde do animal, devido à possível presença de patógenos. No entanto, esses animais têm sistemas digestivos altamente eficientes que podem neutralizar muitas das ameaças bacterianas que poderiam ser prejudiciais a outros organismos.

Por Lucas R. Misterios do Mundo

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