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Policial

Enfermeiro morto a facadas por soldado do Exército no Acre foi defender amigo, diz tio

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A morte do enfermeiro José Rodrigues de Moura Júnior, de 27 anos, causou comoção na população de Santa Rosa do Purus, uma das cidades isoladas do Acre, na madrugada deste domingo (3). Júnior, como era chamado, foi esfaqueado pelo soldado do Exército Ian Santiago de Souza, de 19 anos, preso em flagrante dentro do alojamento do 7° Batalhão de Engenharia de Construção (7º BEC).

Ainda abalado com a perda do sobrinho, o técnico de enfermagem Aldo Moura contou ao g1 que as informações que chegaram até à família, e confirmadas pela namorada de Júnior, são de que o sobrinho foi defender um amigo quando foi morto.

“Ele ia passando e viu uns amigos brigando com o pessoal do BEC. Virou a moto e voltou para apartar quando o rapaz furou. O desentendimento era com outro rapaz, conhecido dele. A namorada dele também falou isso, que ia até para casa e voltou”, lamentou Moura.

O crime ocorreu por volta das 4h deste domingo em frente a um ginásio da cidade. A Polícia Militar (PM-AC) chegou a informar que o soldado e o enfermeiro estavam com alguns amigos consumindo bebida alcóolica quando se desentenderam.

O soldado foi até o alojamento do 7º BEC, pegou uma faca, voltou e desferiu três golpes na região do tórax e abdômen de Júnior, que morreu no local. Após o crime, Ian de Souza voltou para o alojamento com medo de represálias.

Já pela manhã, uma equipe policial foi até o quartel do Exército e prendeu o soldado em flagrante. Ele não resistiu à prisão, confessou o crime e entregou a faca usada para matar o enfermeiro.

O g1 entrou em contato com a assessoria de comunicação do 7º BEC e foi informada que o Exército deve ser posicionar sobre os fatos ainda neste domingo.

Apresentação da filha antes do crime
Aldo Moura conta que esteve com o sobrinho durante o dia em um passeio com familiares e amigos. No início da noite, Júnior saiu do local dizendo que iria para casa se arrumar para assistir uma apresentação de quadrilha junina que uma das filhas iria participar. Ele era pai de duas meninas.

Essa foi a última vez que Moura viu o sobrinho. “De lá, eu vim para casa. Soube agora de manhã pela minha esposa, que está em Rio Branco com meu filho, e me ligou perguntando se eu tinha visto o grupo da família. Liguei minha internet e vi o que aconteceu”, destacou.

Ainda segundo o técnico de enfermagem, Júnior trabalhou cerca de três anos na saúde municipal e saiu em junho após o fim do contrato. Recentemente ele trabalhava na fazenda do pai.

“Fica o desejo de justiça. Somos de uma família grande, é difícil e é um momento que a gente falta perder a cabeça. Pedimos a Deus para acalmar para não fazer besteira, o pai dele está muito chocado”, concluiu.
‘Muito brincalhão’, diz amigo
O enfermeiro Wilmington Braña Bispo trabalhou com Júnior na Saúde do município e lamentou a perda do amigo. Ele diz que o colega era muito querido por todos na unidade de saúde, era muito alegre e brincalhão.

“Era um cara muito querido por todos onde trabalhou, muito brincalhão. Era tranquilo, um pai responsável. Gente fina, era tranquilo. Éramos amigos, sou muito amigo da família dele também”, confirmou.

“Recebi com perplexidade a notícia do assassinato brutal e covarde do jovem colega Enfermeiro, ocorrido nesta madrugada em Santa Rosa do Purus/AC. Aos amigos e familiares, a minha solidariedade e pesar, que Deus conforte todos. Às autoridades o nosso pedido de justiça, que sejam tomadas todas as medidas necessárias e que o assassino seja identificado e devidamente punido. Descanse em paz José Rodrigues de Moura Júnior!”, disse.

G1