Política
Em Sena Madureira, Rio Iaco continua em vazante e prefeitura já retirou mais de 8 toneladas de entulho em 4 dias
O nível do Rio Iaco continua baixando em Sena Madureira, no interior do Acre, mas segue acima da cota de transbordo, que é de 15,20 metros
O nível do Rio Iaco continua baixando em Sena Madureira, no interior do Acre, mas segue acima da cota de transbordo, que é de 15,20 metros. Após a baixa das águas, o que se vê pela cidade são ruas tomadas pela lama, galhos de árvores e muito entulho.
O manancial chegou à marca dos 16,10 metros na medição das 6h deste domingo (28), o que representa 38 centímetros a menos em 24 horas, já que nesse sábado (27) o manancial estava com 16,48 metros. A cota de alerta é de 14 metros.
A cheia do rio atinge mais de 27,6 mil pessoas do município. Essa é a maior cheia desde 1997, quando rio marcou 19,40 metros. Ainda conforme os dados, 5,7 mil pessoas estão desalojadas, ou seja, foram levadas para casas de parentes e outras mais de 1,5 mil estão desabrigadas. A cidade tem 46 abrigos ativos entre escolas, quadras esportivas e prédios públicos.
Ruas cobertas por bancos de areia
Ao G1, o secretário Municipal de Serviços Urbanos da (Semsur) na cidade, Jeocundo César, informou que os trabalhos de limpeza da cidade iniciaram na última terça-feira (23) depois que o rio começou a apresentar vazante.
De lá até sábado (27), foram retiradas mais de oito toneladas de lixo das ruas. Ele disse que pelo menos 40% da cidade já está limpa. A previsão é que o trabalho de limpeza de todo o município seja concluído em cerca de 15 dias.
“Iniciamos o trabalho nos bairros da parte alta da cidade, Centro, Cohab e Jardim Primavera. E, desses locais, demos uma prioridade para o Centro da cidade, porque é onde funciona prefeitura, bancos, comércio, ou seja, é onde tem uma movimentação maior de pessoas. É muita lama, muitos entulhos, a cidade está completamente acabada, além de trazer os prejuízos que essas enchentes trazem, agora vem o prejuízo de infraestrutura da cidade. No Segundo Distrito, por exemplo, parece praia mesmo, as ruas estão tomadas por bancos enormes de areia, porque lá o rio tinha uma correnteza”, disse o secretário.
Situação de emergência
Diante da situação da enchente, o prefeito da cidade, Mazinho Serafim, declarou, no último dia 17 deste mês, situação de emergência por 180 dias.
Nesse período, de acordo com o documento, fica autorizada a mobilização de todos os órgãos municipais para atuarem nas ações de resposta ao desastre. Essas ações vão ser coordenadas pela Defesa Civil e Gabinete de Crises.
Também fica autorizada a convocação de voluntários para reforçar as ações e para a realização de campanhas de arrecadação de recursos e doações, com o objetivo de facilitar a assistência à população afetada.
As autoridades administrativas e os agentes de defesa civil, diretamente responsáveis pelas ações, em caso de risco iminente estão liberados a:
Adentrar nos imóveis, para prestar socorro ou para determinar a pronta evacuação;
Usar de propriedade particular, no caso de iminente perigo público, assegurada ao proprietário indenização, se houver dano.
O decreto libera ainda o início de processos de desapropriação, por utilidade pública, de propriedades particulares comprovadamente localizadas em áreas de risco.
Por fim, estão dispensadas as licitações de contratos de aquisição de bens e de prestação de serviços e de obras relacionadas com a reabilitação dos cenários dos desastres, desde que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 dias.
Calamidade pública
O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) reconheceu no último dia 22, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), estado de calamidade pública em 10 cidades do Acre atingidas por inundações causadas pela cheia dos rios no estado.
Os municípios de Rio Branco, Sena Madureira, Santa Rosa do Purus, Feijó, Tarauacá, Jordão, Cruzeiro do Sul, Porto Walter, Mâncio Lima e Rodrigues Alves enfrentam dificuldades com parte da população desabrigada (encaminhada para abrigos) e desalojada (levada para casa de parentes).
O governador do Acre, Gladson Cameli, havia decretado calamidade em uma edição extra do Diário Oficial do estado (DOE) também no dia 22. A cheia dos rios chegou a atingir mais de 130 mil pessoas no Acre.
Por Iryá Rodrigues