Policial
Acre teve quase 900 crianças e adolescentes vítimas de estupro em um ano, diz relatório
Entre 2022 e 2023, 886 crianças e adolescentes, de 0 a 18 anos, foram vítimas de estupro no Acre. Os dados foram relevados pelo segundo relatório Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil, realizado pelo UNICEF e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado nesta terça-feira (13).
Se comparar os números dos dois anos, houve um aumento de mais de 24%. Em 2022, o Acre registrou 395 estupros de indivíduos na faixa etária de 0 a 19 anos, ou seja, uma taxa de 131,7 casos por grupo de 100 mil habitantes. No ano seguinte, em 2023, foram 491 casos, correspondendo a uma taxa de 163,7/100.00 hab.
Apesar do relatório também apontar os números de 2021 em outros estados brasileiros e nível nacional, o Acre não apresentou os números do ano e apenas foi contabilizado o levantamento de 2022 e 2023.
Em nível nacional, o estudo apontou que o número de estupros de crianças e adolescentes registrados aumentou 6% entre 2021 e 2022 e 13,8% em 2023. A elevação ocorreu em todas as faixas etárias, mas, proporcionalmente, cresceram com mais intensidade nas faixas mais jovens.
2024 já preocupa
O relatório divulgado pela UNICEF nesta terça-feira (13) não revela os dados de 2024 no Acre. Contudo, um outro levantamento, o do Observatório de Análise Criminal do Ministério Público do Acre (MPAC), divulgados no último mês, revelaram que apenas nos 5 primeiros meses deste ano, já foram registrados 399 casos de estupro no Acre.
Os números foram contabilizados a partir do painel de acompanhamento de registros de ocorrências de estupro e estupro de vulneráveis, que conta com informações do Sinesp-PPE da Polícia Civil do Acre.
O levantamento do MPAC aponta que foram registrados 86 casos em janeiro, 71 em fevereiro, 59 em março, 83 em abril e 100 em maio. O quinto mês do ano foi o que mais ocorreram notificações do crime. Neste mesmo período, entre janeiro e maio de 2023, foram notificados 315 casos.
Por Matheus Mello, ContilNet