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Cearense que veio cortar seringa no Acre está há mais de 50 anos sem ver os irmãos

Seu Joaquim chegou ao Acre quando tinha 23 anos de idade

Publicado

em

Por: Edinaldo Gomes

O aposentado Joaquim Ferreira de Araújo, 77 anos de idade, residente atualmente no Bairro Juruá, em Sena Madureira, vem alimentando um sonho nas últimas décadas: Rever seus familiares no Estado do Ceará.

Seu Joaquim é natural de Itapiúna – cidade localizada no interior do Ceará, com pouco mais de 18 mil habitantes. Ele veio para o Acre ainda jovem, com 23 anos de idade, com o objetivo de cortar seringa e produzir a borracha que, à época, era chamada “ouro negro da Amazônia”. Lá fora, espalhava-se que tratava-se de um negócio rentável, informação esta que destoava da realidade acreana.

Em solo acreano, seu Joaquim passou por algumas localidades, mas foi no seringal Santa Helena, alto rio Caeté, que ele constituiu família e viveu grande parte de sua vida, pra ser preciso, viveu neste seringal por 43 anos. “Minha vida quase toda foi cortando seringa. Assim, não ganhei muito dinheiro, mas consegui criar meus filhos. Eu fazia de 800 a 1.000 quilos de borracha por ano”, comentou.

Apesar de toda a sua luta na extração do látex, o idoso não conseguiu se aposentar como soldado da borracha. “Quando fui tentar me aposentar, a moça disse que eu não tinha idade. Lamento porque cortei seringa por muitos anos”, frisou.

Morando desde 2007 na zona urbana de Sena Madureira, seu Joaquim Ferreira nos relatou que aprendeu a gostar do Acre e de seus habitantes, mas que sente saudades de sua terra natal, sobretudo de seus familiares. “Faz 52 anos que não vejo minha família que ficou em Itapiúna. Quando sai de lá, disse para os meus irmãos que se não voltasse em três anos, não voltaria mais. Não tive mais notícia dos meus pais, nem dos meus irmãos, mas eu vou voltar lá para tentar reencontrá-los”, mencionou.

Ele disse, ainda, que está ajeitando a compra de passagens de ônibus para seu regresso ao Ceará. “Pensei inicialmente eu ir de avião, mas as passagens estão caras. Espero reencontrar meus irmãos, abraçá-los e matar um pouco essa saudade que já perdura por mais de cinco décadas”, finalizou.

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