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Candiru: É verdade que o “peixe vampiro” penetra nos orifícios humanos? confira

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Descubra os mistérios do candiru, o temido “peixe-vampiro” da Amazônia. Biólogos respondem se ele entra mesmo nos orifícios humanos.
Ah, a Amazônia! Um santuário de biodiversidade, um lugar onde a natureza ainda reina suprema. Mas, como em qualquer paraíso, há sempre uma serpente. No caso da Amazônia, um dos “vilões” mais falados é o candiru, um peixe parasita que habita as águas turvas dos rios amazônicos. Então, prepare-se para uma jornada informativa e, por que não, um pouco arrepiante, enquanto desvendamos os mistérios desse intrigante habitante da floresta tropical.

O QUE É O CANDIRU?
Candiru
Vamos começar do começo. O candiru é um peixe de água doce que pertence à família Trichomycteridae. Ele é quase transparente e pode variar de 2,5 a 15 cm de comprimento. Parece inofensivo, certo? Mas não se deixe enganar pelo seu tamanho ou aparência delicada. O candiru, também conhecido como “peixe-vampiro”, é um parasita que se alimenta do sangue de outros peixes, e é aí que as coisas começam a ficar interessantes.

Antes de mais nada, é vital esclarecer que o universo dos candirus é mais diversificado do que se imagina. Há aqueles que se deliciam com a carne de outros peixes, enquanto alguns são especialistas em se nutrir apenas de sangue. Esses últimos, os hematófagos, não são seletivos quanto ao tipo de peixe que escolhem como hospedeiro. Basicamente, qualquer peixe com uma quantidade suficiente de sangue serve como um banquete para eles. E aqui vai uma analogia curiosa: esses candirus hematófagos agem de forma muito semelhante aos mosquitos. Eles se aproximam, sugam o sangue necessário para sua nutrição e depois se retiram, sem ficar permanentemente acoplados ao hospedeiro.

O MODUS OPERANDI DO CANDIRU
Então, como esse pequeno peixe consegue ser tão eficaz em sua busca por alimento? O candiru tem um olfato apurado para amônia, o composto químico liberado pelos peixes. Uma vez que ele localiza um hospedeiro, como um peixe maior, ele se prende com suas mandíbulas afiadas e começa a sugar o sangue. Sim, é um pouco assustador, mas também é uma incrível adaptação à vida em um ambiente tão competitivo quanto a Amazônia.

Agora, falando sobre a relação do candiru com a atividade pesqueira na Amazônia, prepare-se para uma surpresa. É bastante comum que pescadores, ao retirarem suas capturas da água, encontrem um candiru agarrado às brânquias do peixe pescado. Esse fenômeno não só ressalta a eficácia do candiru em localizar e se fixar em hospedeiros, mas também serve como um lembrete vívido da teia alimentar complexa e interconectada que caracteriza o ecossistema amazônico.

A LENDA URBANA: CANDIRU E HUMANOS
Agora, vamos ao que realmente coloca o candiru no mapa do folclore e do medo: a lenda de que ele pode entrar na uretra humana. Essa história tem sido objeto de muitos debates e pesquisas científicas. Embora casos documentados sejam extremamente raros, a ideia é suficiente para fazer qualquer um pensar duas vezes antes de mergulhar em um rio amazônico. Mas, para ser justo, a probabilidade disso acontecer é muito, muito baixa. Então, respire aliviado!

Muitos dizem que o candiru é atraído pela amônia liberada na urina. Quando uma pessoa urina enquanto está dentro da água, o peixe supostamente segue o rastro químico até a fonte e, em um ato quase inacreditável, nada para dentro da uretra da pessoa. Uma vez lá dentro, o candiru expande pequenos espinhos ao redor de sua cabeça para se fixar, tornando a remoção extremamente dolorosa e, muitas vezes, necessitando de intervenção cirúrgica.

É importante notar que essa história é amplamente considerada um mito. Casos documentados de candiru entrando na uretra humana são extremamente raros e muitas vezes não são apoiados por evidências científicas sólidas. No entanto, a lenda persiste e é suficiente para fazer muitas pessoas pensarem duas vezes antes de entrar nas águas da Amazônia sem tomar as devidas precauções. Mesmo que a probabilidade seja baixa, a simples ideia é o suficiente para enviar calafrios pela espinha de qualquer um.

O QUE OS BIÓLOGOS DIZEM
Em um experimento realizado em um aquário, pesquisadores tentaram entender o que exatamente atrai o candiru. Eles introduziram várias substâncias no ambiente, incluindo amônia, aminoácidos, muco de peixe e até urina humana. O resultado? Nenhuma dessas substâncias provocou uma reação significativa no candiru, pelo menos estatisticamente falando. Dagosta, um dos pesquisadores envolvidos, faz questão de ressaltar que esses resultados foram obtidos em um ambiente controlado. Isso significa que o comportamento do candiru em seu habitat natural, os rios da Amazônia, pode ser diferente e ainda é um campo aberto para estudos.

Agora, você deve estar se perguntando: o candiru é atraído pela urina ou não? De acordo com a ciência atual, não há evidências concretas para apoiar essa afirmação. No entanto, Dagosta oferece uma explicação intrigante. Ele sugere que os candirus podem usar a amônia, que é liberada pelas brânquias dos peixes, como um sinalizador para encontrar suas vítimas.

E aqui está o ponto interessante: enquanto os seres humanos não excretam amônia, eles excretam ureia, que também contém nitrogênio. Portanto, há uma possibilidade teórica de que o candiru possa confundir o cheiro da amônia com o da ureia, o que poderiam fazê-los, teoricamente, entrar na uretra humana. Mas, novamente, isso permanece como uma suposição não comprovada e é um tópico que ainda necessita de mais investigação científica.

De qualquer forma, fica a dica: evite urinar na água e use sempre roupas de banho. Mesmo que a lenda for verdade, assim você ficará mais seguro.