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Filha processou o médico da mãe em milhões por permitir que ela nascesse

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Uma jovem do Reino Unido chamada Evie Toombes levou o médico de sua mãe ao tribunal por negligência que ocorreu antes mesmo de ela nascer. Com apenas 20 anos, Evie ganhou o caso contra o Dr. Philip Mitchell, alegando que ele era responsável por sua ‘concepção indevida’. Sim, você leu certo — ela processou por ter nascido.

Evie nasceu com espinha bífida, uma condição onde a coluna e a medula espinhal não se desenvolvem adequadamente no útero, causando uma falha. Isso levou a vários problemas nas pernas, bexiga e intestino, e ela frequentemente precisou usar uma cadeira de rodas para se locomover. Crescendo, Evie sentiu que merecia uma compensação pelos desafios que enfrentou simplesmente por ter vindo ao mundo.

Em uma entrevista de 2022 no programa britânico This Morning, Evie compartilhou sua história. Sua mãe havia procurado o Dr. Mitchell para obter conselhos antes de engravidar, porque estava saindo do controle de natalidade e queria garantir que tudo estava bem. Sem ter sua própria família para pedir conselhos, sua mãe confiou na expertise do médico.

A mãe de Evie perguntou especificamente ao Dr. Mitchell se precisava tomar ácido fólico, uma vitamina conhecida por reduzir o risco de espinha bífida. O médico disse que não era necessário. Quando Evie nasceu com a condição e sua mãe procurou conselhos para uma segunda gravidez, descobriu que deveria ter sido informada sobre a importância do ácido fólico.

No tribunal, a advogada de Evie, Susan Rodway, argumentou que se sua mãe soubesse dos benefícios do ácido fólico, teria adiado a gravidez. Essa decisão era particularmente importante para ela, pois havia perdido seus próprios pais quando era jovem e estava sendo cuidadosa ao iniciar sua família.

Por outro lado, o advogado do Dr. Mitchell, Michael De Navarro, argumentou que o médico havia dado um conselho razoável. No entanto, o juiz decidiu a favor de Evie, afirmando que sua mãe não foi aconselhada de acordo com as diretrizes que recomendavam o ácido fólico antes da concepção e durante as primeiras 12 semanas de gravidez. O juiz acreditava que, se sua mãe tivesse recebido o conselho correto, teria adiado a tentativa de conceber. Como resultado, Evie venceu o caso quanto à responsabilidade.

Três anos após sua vitória no tribunal, Evie agora se dedica a aumentar a conscientização sobre sua condição. Ela também gosta de paraequestre com seu cavalo, Daisy, mostrando que não deixa sua condição a impedir. Em seu site, Evie escreve: “Nasci com uma forma de Espinha Bífida, que afeta os nervos das minhas pernas, bexiga e intestino, mas ter uma paixão na vida me dá propósito e direção.”

Evie Toombes transformou uma condição que altera a vida em uma plataforma para mudança e conscientização, provando que mesmo diante da adversidade, você ainda pode encontrar sua paixão e fazer a diferença.

Espinha bífida
A espinha bífida é uma malformação congênita da coluna vertebral que ocorre quando a medula espinhal e as vértebras não se formam corretamente durante o desenvolvimento fetal. Esta condição pode variar em gravidade, desde formas leves, que podem passar despercebidas, até formas graves que resultam em deficiências significativas. Na espinha bífida aberta, a medula espinhal e suas meninges estão expostas, o que pode levar a danos neurológicos permanentes.

A prevenção da espinha bífida envolve a suplementação de ácido fólico antes e durante as primeiras semanas de gravidez. O ácido fólico é uma vitamina B essencial para a formação adequada do tubo neural do feto. Estudos demonstram que a ingestão adequada de ácido fólico pode reduzir significativamente o risco de defeitos no tubo neural, incluindo a espinha bífida. Por isso, é recomendável que todas as mulheres em idade fértil tomem suplementos de ácido fólico.

O tratamento da espinha bífida depende da gravidade da condição. Em casos graves, pode ser necessário realizar cirurgias para corrigir a abertura na coluna vertebral logo após o nascimento. Além disso, a reabilitação pode incluir fisioterapia, uso de dispositivos de assistência como cadeiras de rodas e cateteres para problemas urinários. O objetivo é melhorar a qualidade de vida e a independência do indivíduo, permitindo-lhe alcançar seu potencial máximo.

por Lucas Rabello