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Policial

Dupla acusada de matar adolescente a tiros em Rio Branco vai a júri popular

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Os dois acusados pela morte do estudante Jorge Luis Sousa Lino, de 15 anos, em maio do ano passado, vão a júri popular. O adolescente foi assassinado a tiros na Travessa do Pescador, bairro Belo Jardim, na região do 2º Distrito de Rio Branco. A mãe dele, de 40 anos, também foi ferida na ação dos criminosos.

Em junho, o juiz Alesson Braz, da 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar aceitou denúncia contra Antônio Eules de Souza Gama Borges e Patrick Lima Oliveira e deu um prazo de 10 dias para eles respondessem às acusações. O g1 não conseguiu contato com as defesas dos acusados.

Na pronúncia, publicada no dia 10 de janeiro, o juiz Danniel Bomfim ressaltou que a decisão não se trata de prévia condenação, mas sim decisão sobre a materialidade do crime e indícios suficientes de autoria. Além de laudos anexados à denúncia, o magistrado também citou relato de testemunhas.

Borges e Oliveira responderão por homicídio qualificado e três tentativas, além de receptação, adulteração de placa, porte de arma de fogo de uso permitido e integrar ou promover organização criminosa.

“A materialidade já restou abordada alhures. Ademais, os crime conexos se mostram em total sintonia com a prova oral colhida nos autos, posto que o veículo roubado e os armamentos foram possivelmente utilizados pelos acusado na execução da vítima, a qual se motivou pelo conflito entre organizações criminosas”, acrescentou.

Crime
A dupla foi presa após o crime por policiais militares em um carro que tinha sido roubado no dia 16 de maio. Com eles, a polícia encontrou ainda duas armas de fogo, sendo uma pistola e um revólver, além de munições. Eles seguem no Complexo Penitenciário de Rio Branco.

Após a prisão, segundo a polícia, os dois disseram que deveriam matar alguém “aleatoriamente” a mando de uma facção.

Mãe cara a cara com assassino
A mãe do adolescente, que também foi ferida na ação, disse em depoimento que saiu de casa por volta das 9h do 21 de maio para ir até a casa do pai acompanhada do filho de 15 anos, Jorge Luis. No caminho, ela encontrou seu outro filho de 23 anos, que entregou uma sacola de pão para o irmão. Logo em seguida, a mulher, que não terá o nome revelado, contou que chegou um carro branco com dois homens armados.

“Começaram a correr atrás do filho mais velho dela e do amigo dele que estava junto. Mas, os dois conseguiram fugir e então o bandido voltou e atirou contra Jorge Luis, que caiu no chão”, disse.

A mulher correu para ajudar o filho que estava baleado e mais uma vez o suspeito voltou e atirou na nuca do adolescente. “Deu um tiro na nuca para ter certeza que seu filho estava morto. Ela abaixou para abraçar seu filho, momento em que o assassino apontou a arma para a mulher e atirou nela”, consta no depoimento.

A vítima contou ainda que demorou a perceber que estava ferida nas costas. “Ela não faz ideia do motivo para que alguém quisesse matar o seu filho, pois ele não era envolvido com crime e frequentava a igreja. Ela pôde ver bem quem eram os bandidos, pois olhos nos olhos deles quando mataram seu filho e viu quando ele apontou a arma para ela.”

O acusado é natural de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, confessou o crime após a prisão. Em depoimento, ele disse que no dia anterior ao crime, 21 de maio, foi procurado por membros de uma determinada facção criminosa para que dirigisse o carro para um crime que seria cometido no bairro Belo Jardim. Borges deixa claro ainda que não havia um alvo específico, mas que deveriam passar pelo bairro Belo Jardim atirando e para matar alguém que “parecesse ser de uma facção rival”.

O acusado foi até o bairro Panorama, onde buscou o veículo usado no crime, em seguida foi buscar o comparsa. “O interrogado estava com um revolver calibre 38, com duas munições, e Patrick estava com uma pistola 9 mm. Que então estavam transitando pelo Belo Jardim quando viram um grupo de rapazes e decidiram atacá-los. Que então pararam o carro e o Patrick desceu com a arma na mão e começou a atirar. O interrogado alega que deu um disparo de dentro do carro apenas para o alto”, disse no depoimento.

Borges disse ainda que não viu o nomento que o comparsa matou o adolescente. “Que o alvo seria o rapaz maior do grupo, mas ele conseguiu fugir. Então Patrick voltou e atirou no menor, mas achava que ele havia ido pegar o chinelo.”

Para a polícia, eles disseram que deveriam matar alguém “aleatoriamente” a mando de uma facção ao crime e foi “contratado” apenas para dirigir. O acusado já tem passagem por receptação e quando menor respondeu por ato infracional equivalente ao crime de furto.

Por g1 AC