Policial
Caso Choquei: Polícia explica o que vai acontecer com perfis que divulgaram prints de Jéssica
Jovem tirou a própria vida depois dos ataques que sofreu em meio às falsas notícias de que viveu um romance com Whindersson
Como noticiado pelo portal LeoDias, a Polícia Civil de Minas Gerais promoveu uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (6/3), após a conclusão das investigações sobre a morte de Jéssica Canedo, que tirou a própria vida depois dos ataques que sofreu em meio às falsas notícias de que viveu um romance com Whindersson Nunes. As autoridades esclareceram o que prevê a lei em relação as páginas que divulgaram as informações errôneas que resultaram nos ataques.
Segundo os representantes da polícia civil, não há previsão legal para responsabilização das páginas de fofoca de forma culposa neste tipo de crime. De acordo com as apurações realizadas, nenhuma das páginas divulgou a notícia com a intenção de levar Jéssica a cometer tal ato.
O porta-voz da polícia enfatizou que Jéssica não era uma figura pública e que a notícia foi veiculada publicamente principalmente por conta de Whindersson Nunes.
“Não existe a previsão culposa deste tipo de crime”, explicou o porta-voz na coletiva e seguiu: “Nenhuma das páginas divulgaram a notícia com o intuito de levar Jéssica a cometer suicídio, até porque Jéssica não era uma pessoa conhecida e a notícia foi veiculada não por conta de Jéssica, mas por conta do humorista [Whindersson], que é famoso e conhecido no Brasil inteiro. Não havia dolo por parte das páginas em divulgar a notícia e levar ela a cometer esse ato”.
Ele ressaltou que desde o início das investigações, a linha de apuração se concentrou na jovem do Rio de Janeiro, que foi indiciada por seu suposto envolvimento. As autoridades identificaram mensagens dela incentivando Jéssica ao autoextermínio.
Além disso, a polícia esclareceu que não cabe a ela apurar ou imputar responsabilidade civil às páginas envolvidas, pois isso é uma questão que pertence a outra esfera jurídica. No entanto, mencionou a possibilidade de investigação por crime contra a honra, caso a família de Jéssica opte por representar legalmente contra os responsáveis.
“Não estamos falando aqui de responsabilidade civil das páginas, isso é em outro âmbito, outra seara, não cabe à polícia civil apurar e nem imputar este tipo de responsabilidade. Paralelamente existe a possibilidade de uma investigação por crime contra a honra, que a jovem possa ter sofrido por pessoas que atacam e até envolvimento pela veiculação da notícia. Porém para que tenha a apuração por este crime, é necessária uma representação por parte da família”, acrescentou.
O caso foi conduzido pela Delegacia de Homicídios da 4ª DRPC, de Araguari, em Minas Gerais. A Polícia Civil identificou que a própria Jéssica foi a responsável pela divulgação dos prints que mostram falsas conversas com Whindersson Nunes. Toda a história começou por ela mesma, que procurou páginas de fofoca, através de perfis falsos que criou.
Por Redação LeoDias