Policial
Acrelândia vira alvo de bandidos, registra 22 roubos, 4 mortes e moradores começam a deixar município
O número de crimes de homicídios, assaltos, roubos e furtos cresceu drasticamente no município de Acrelândia nos últimos dois meses. Segundo levantamento da Folha do Acre, foram registrados 22 furtos e roubos de veículos e quatro homicídios durante os últimos 45 dias na região.
Em maio deste ano, Acrelândia voi alvo de um arrastão onde mais de 15 homens armados roubaram 3 veículos. Os bandidos chegaram a tirar selfies com as vítimas desdenhando delas.
Camionete é roubada e depois capotada por criminosos
Diante do aumento da criminalidade no município que já foi conhecido como um dos mais produtivos do estado do Acre, os moradores da zona rural começam a deixar Acrelândia a procura de segurança para trabalhar e morar em outro lugar.
Uma família de produtores rurais que reside na Linha 7 viveu momentos de terror nas mãos de assaltantes quando foi mantida refém dentro da própria casa e teve pertences roubados na segunda-feira (21). Os bandidos fugiram levando o carro da família. O veículo ainda não foi localizado pela polícia. Temendo retorno dos criminosos, a família decidiu abandonar a propriedade e deixar o estado do Acre.
A Polícia Militar conta com um baixo efetivo policial em Acrelândia. Segundo informações de moradores, têm dias que apenas dois militares estão de plantão na cidade.
Um dos motivos de Acrelândia ter se tornado alvo de ação dos criminosos é o fato do município estar próximo à fronteira com a Bolívia, o que facilita o transporte de veículos roubados para o país vizinho.
Os veículos roubados na zona rural de Acrelândia, em Rio Branco e distritos de Rondônia passam pelo município e seguem até a cidade de Plácido de Castro onde são levados para a Bolívia. Lá são usados como pagamento aos criminosos bolivianos. Em troca, as quadrilhas brasileiras trazem drogas e armas.
A fragilidade da segurança na fronteira, que permite a entrada e saída de veículos roubados, além de armas e drogas, também facilita o crescimento das facções criminosas, o que explica em parte o índice mais alto de ocorrência desse tipo de crime.
Os carros levados pelos ladrões são, na maior parte dos casos, camionetes do tipo Ranger, Amaroks ou Hilux, além de modelos convencionais que são tomados de assalto nas propriedades rurais existes em torno do município ou cidades adjancentes.
Os furtos geralmente acontecem em ramais afastados da cidade, porque os ladrões sabem que a polícia vai demorar a ser acionada. As quadrilhas também usam de informantes para cometerem os crimes. Os automóveis de maior valor, incluindo caminhonetes, são bastante procurados pelos ladrões para serem comercializadas no país vizinho.
Identidicados os gargalhos na segurança pública da região, A Secretaria de Justiça e Segurança do Estado pode intensificar as fiscalizações na ponte fronteiriça entre Plácido de Castro e Vila Evo Morales, na Bolívia, com as construção de um posto policial; aumentar o número de policiais civis e militares em Acrelândia; e implantar equipe de inteligência para mapear e auxiliar os policiais que atuam em campo.
Folha do Acre