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Crise na Pecuária: Senador Alan Rick conduz debate sobre medidas de apoio a pecuaristas

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Audiência pública foi realizada na Comissão de Agricultura com representantes de bancos e do governo para debater a prorrogação de créditos e apoio aos pecuaristas frente à significativa queda no preço da arroba do boi.

Em um cenário crítico, onde pecuaristas enfrentam um declínio significativo no valor da arroba do boi, o Senador Alan Rick presidiu uma audiência pública, nesta quarta-feira, 27, na Comissão de Agricultura do Senado, para avaliar medidas e ações emergenciais que amenizem o impacto da crise atual. “Quem comprou um bezerro por R$ 3 mil em 2022 e investiu na engorda desse animal, agora, não consegue vender nem pelo valor que comprou” lamentou o senador, ressaltando a insustentabilidade da situação.

Conforme exposto por Luciano Vacari, Consultor em Gestão de Agronegócios, muitos produtores, majoritariamente de pequeno porte, podem não resistir à crise atual. A precipitada queda nos preços, acumulando 45% desde março de 2022, foi inflada pelo aumento de 4,5% do rebanho, alcançando 234 milhões de cabeças, conforme dados do IBGE.

Esse aumento do rebanho faz parte do ciclo pecuário, um fenômeno recorrente que impacta a oferta, demanda e, consequentemente, os preços. “O ciclo pecuário sempre existiu. Antes, quando a pecuária não tinha tecnologia, era de sete em sete anos. Hoje, está menor, impactando na saúde financeira dos produtores”, explica Vacari.

Segundo ele, a previsão é de que no ano que vem a produção de bezerros será menor, dando início à retenção de matrizes, ou seja, reduzindo o abate de fêmeas. Em 2024 e 2025, o preço da arroba aumentará e a recuperação do setor deverá acontecer em 2026, por isso a necessidade de prorrogação de prazos das dívidas e oferta de linhas de crédito emergenciais para que os produtores possam passar por esse período “sem quebrar”.

Representantes dos bancos apresentaram suas disposições em prover assistência. Jaime Pinto Jr., do Banco do Brasil, anunciou que será disponibilizado R$ 1 bilhão para duas linhas de crédito. “Uma para custeio, com prazo de 1 ano, e outra para investimento, com prazo de 5 anos, além da renegociação das dívidas”, adiantou.

Gustavo Bastos Soares, do Sicoob, assegurou a prontidão da instituição para repactuações de crédito. “Especialmente em linhas para apoiar os produtores por período pontual, até o preço do gado voltar a subir”.

Roberto Martins de Paula, do Banco da Amazônia, ressaltou que a Instituição já empregou todos os mecanismos para manter a normalidade das operações e está pronto para adaptar as capacidades de pagamento dos clientes às condições atuais do mercado. “Tão logo a queda de preço não arrefeceu, reprocessamos toda a capacidade de pagamentos dos clientes. A partir daí aplicamos essa métrica no nosso sistema de renegociação”, explicou.

Wilson Vaz de Araújo, Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, e Gilson Bittencourt, do Ministério da Fazenda, apresentaram os esforços e recursos já alocados pelo Governo e frisaram a necessidade de ações coordenadas entre instituições financeiras e governamentais. “Dentro do Plano Safra 2023, foram alocados R$ 272 bilhões para crédito de custeio e comercialização e R$ 92 bilhões para investimentos. Grande parte desses recursos ainda está disponível para contratação”, informou o Secretário.

Houve apelo dos parlamentares por intervenção governamental direta como auxílio emergencial para complementar o valor da arroba, uma vez que o preço do boi caiu R$ 120 nos últimos 18 meses.

A audiência pública presidida pelo Senador Alan Rick marca um passo significativo na busca por soluções para a crise da pecuária. “A disposição de bancos e órgãos governamentais em oferecer suporte e repactuar dívidas é um sinal positivo, mas a necessidade de ações rápidas e eficazes é fundamental para assegurar a sustentabilidade de pequenos e médios produtores até a recuperação do setor, prevista para 2026”, encerrou o Senador.

Por Assessoria

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