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Fuga inédita de prisão de segurança máxima no Brasil completa um mês nesta quinta

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A dupla que protagonizou a fuga inédita de uma penitenciária federal no Brasil — considerada de segurança máxima —, em Mossoró (RN), completa um mês foragida nesta quinta-feira (14). Apesar do tempo de buscas, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que viajou para o município nessa quarta (13), afirma que a operação “está se desenvolvendo, até o momento, com êxito”.

Lewandowski participou de uma reunião com os integrantes da força-tarefa formada para capturar os presos. Ao menos 500 agentes participam do grupo. Não é a primeira vez que o titular viaja para o estado — a primeira ida ocorreu em 18 de fevereiro.

Deibson Cabral Nascimento e Rogerio da Silva Mendonça conseguiram escapar durante a madrugada. Os dois fugitivos são suspeitos de ter ligações com a facção Comando Vermelho, no Acre, onde o grupo domina as operações criminosas e onde a dupla estava presa até setembro do ano passado.

Moradores disseram ter visto a dupla em diversas ocasiões. Dois dias após a fuga, Deibson e Rogerio teriam feito uma família refém, na zona rural de Mossoró. Neste dia, a polícia também encontrou pegadas, calçados, roupas, lençóis e uma corda, além de uma camiseta do uniforme da penitenciária, em uma área de mata.

Três pessoas foram presas em flagrante por supostamente terem facilitado a fuga dos detentos.

PF (Polícia Federal) passou a oferecer uma recompensa em dinheiro, de até R$ 30 mil, por informações que levem à captura da dupla.

Um homem identificado como Ronaildo da Silva Fernandes foi preso por suspeita de ajudar os fugitivos. Ele é dono de um sítio em Baraúna, município na zona rural do RN que fica na divisa com o Ceará, e teria recebido R$ 5 mil para abrigar Deibson e Rogerio por oito dias.

Os fugitivos foram vistos em um vilarejo no Rio Grande do Norte. Segundo informações obtidas pela RECORD, os moradores do local reconheceram Deibson e Rogerio, que voltaram para a mata antes da chegada da polícia.

Durante a madrugada, a PF acionou helicópteros, drones, equipamentos que captam calor humano e cachorros farejadores, que sentiram o cheiro dos fugitivos e percorreram 600 metros, mas sem êxito. Àquele momento, as autoridades acreditavam que os foragidos estavam perdidos e sem ajuda, já que os rastros indicavam que estavam voltando para o estado, em vez de tentar fugir.

Forças de segurança cercaram uma fazenda em Baraúna, após moradores da região relatarem ter visto os foragidos durante a madrugada. Os dois teriam invadido uma propriedade rural e agredido um agricultor. De acordo com policiais que participam das buscas, os detentos roubaram outros moradores.

As buscam chegaram ao 21º dia e superaram o tempo de fuga de Lázaro Barbosa, conhecido como ‘maníaco do Centro-Oeste’. Ele matou quatro pessoas da mesma família, no Distrito Federal, e ficou 20 dias foragido até ser morto pela polícia, em Cocalzinho de Goiás (GO), em 2021.

A Polícia Federal prendeu um suspeito de ajudar os fugitivos. Foi a sexta prisão desde a fuga. A polícia também investiga um casal suspeito de comprar roupas para os foragidos. Os fugitivos já foram vistos em diversas ocasiões. No entanto, os investigadores não conseguem capturá-los.

A PF divulgou imagens de possíveis disfarces dos dois fugitivos. Segundo fontes consultadas pela corporação, os técnicos trabalham com nova possibilidade visual, que trazem projeções de crescimento de cabelo, barba e uso de disfarces. As fotos foram elaboradas por papiloscopistas do setor de Representação Facial Humana do INI (Instituto Nacional de Identificação) da PF, em Brasília.

Carlos Eduardo Bafutto, do R7

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