Política
Bolsonaro admite ‘inelegibilidade’ e diz que ‘eventual prisão’ seria arbitrária
O ex-presidente Jair Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu publicamente a possibilidade de ficar inelegível até as eleições de 2026. Ele falou até uma “eventual prisão”. Disse que isso seria uma ato de “arbitrariedade” da Justiça brasileira.
“Existe a possibilidade de inelegibilidade sim, mas a questão de prisão só se for arbitrariedade”, afirmou o ex-presidente, ao comentar os desdobramentos legais da reunião com embaixadores, em julho. Na ocasião, ele atacou, sem provas, as urnas eletrônicas e colocou em dúvida o processo eleitoral brasileiro.
Bolsonaro deu a declaração em um evento que reuniu empreendedores brasileiros em Orlando, nos Estados Unidos, na noite desta terça-feira (14). Ele está na cidade norte-americana desde 30 de dezembro, quando pegou um avião da Força Aérea brasileira (FAB), a um dia para o fim do seu mandato, sem dizer quando voltaria.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também esteve no local do evento do marido. Ela havia acabado de desembarcar nos EUA. Foi o primeiro encontro entre o casal após o escândalo das joias sauditas. Esse tema não foi tratado pelos apoiadores de Bolsonaro que estavam no recinto.
Ao público, Jair Bolsonaro disse que pode voltar ao Brasil no próximo dia 29. Contudo, afirmou que sempre analisa as condições de volta sete dias antes.
Deputado federal Marcos Pereira
“Eu sempre marco uma data para voltar. A data marcada agora é dia 29 deste mês. Sete dias antes a gente estuda a situação: como está o Brasil, como estão os contatos aqui”, explicou o ex-presidente.
No evento, Bolsonaro rechaçou a hipótese de Michelle ser candidata à Presidência da República em 2026. Segundo ele, a ex-primeira-dama não concorrerá a nenhum cargo no Executivo.
Integrantes do PL, inclusive o presidente da legenda, Waldemar Costa Neto, avaliam o nome dela para concorrer, já considerando a hipótese de Bolsonaro ficar inelegível.
Nas redes sociais, Michelle publicou uma imagem ao lado do ex-presidente e com o maquiador Augustin Fernandez, que viajou com ela, ao fundo, brincando com a imagem de uma vela no celular.
Por Renato Alves