Policial
Acusado de matar mulher com 29 facadas após ela reagir a estupro começa a ser julgado no AC
O júri popular de Eronilson da Silva Gomes, acusado pela morte de Jacineide Ferreira de Lima em novembro de 2021, ocorre nesta quinta-feira (10) na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco.
Gomes, que segue preso no Complexo Prisional de Rio Branco, foi pronunciado a júri popular pela juíza Luana Campos ainda em abril deste ano. O acusado só foi preso oito meses após o crime na zona rural de Boca do Acre, no Amazonas. Serão cinco testemunhas ouvidas, entre elas, a irmã e o filho da vítima. A acusação desse caso está com o promotor Carlos Pescador.
Testemunhas que estavam em uma oficina próxima do local relataram à Polícia Militar, na época, que ouviram a vítima pedindo socorro e a viram correndo despida com a bermuda nas mãos. Após alguns passos, a mulher caiu e morreu. Apesar de ser achada despida, o exame não confirmou a relação sexual.
Durante depoimento à polícia, após ser preso, o acusado disse que andava pela Antônio da Rocha Viana, em Rio Branco, de bicicleta em busca de trabalho, porque é roçador.
“Quando virou em uma rua avistou a vítima, que chegou no beco que a vítima foi morta e começou a conversar com ela, chamou para ‘namorar’ no beco e a vítima pediu R$ 50. Ele disse que não tinha dinheiro e tentou sair do local, mas à vítima lhe segurou e que ele pegou uma faca e furou a vítima”, diz o depoimento.
Além disso, ele diz que não lembra das facadas que desferiu contra a vítima, mas que ela ficou gritando por socorro. Após isso, ele diz que saiu correndo, deixando sua bicicleta, faca e boné para trás e foi até o bairro das Placas, onde morava sua companheira, para quem disse que haviam roubado sua bicicleta.
O Ministério Público do Acre (MP-AC) denunciou o acusado por homicídio em razão de motivo fútil, com emprego de meio cruel. O laudo aponta ainda 29 facadas, o que também foi destacado pelo órgão ao oferecer a denúncia.
Investigação
Logo no início das investigações, a Polícia Civil chegou a ouvir o ex-marido da vítima, mas foi descartada a participação do homem na morte de Jacineide. Na época, ele alegou que estava em casa no momento do crime e negou envolvimento.
As equipes da PM fizeram buscas pelo local e acharam a bolsa com os pertences da vítima. Por isso, logo foi descartado o latrocínio.
A investigação apontou que Jacineide tinha feito uma diária em uma casa próxima do local do crime e, possivelmente, estaria voltando para casa quando foi assassinada. Ela morava no bairro São Francisco.
Por g1 AC