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Mãe diz que filho de 12 anos gastou R$ 5 mil em um ano com jogos online: “É um vício igual a droga”

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A mãe do adolescente de 12 anos que foi agredida por ele com um soco na boca em Patos de Minas, após repreendê-lo por gastar R$ 2 mil em um cartão de crédito com jogos online, disse que lida com o vício do filho há um ano.

Segundo a mulher, que não será identificada para preservar a identidade do adolescente, no período o filho gastou cerca de R$ 5 mil.

“Eu trato como um vício em droga. A abstinência é a mesma, é a mesma coisa de uma droga, não faz diferença. Ele não liga se é mil ou dois mil, o que ele quer é usar os cartões, independente de quem seja o dinheiro”, afirmou.

Segundo o boletim de ocorrência, a Polícia Militar (PM) foi acionada pela própria mãe após a agressão, na madrugada de segunda-feira (15). De acordo com o registro, o soco deixou hematomas e causou um sangramento.

“Aqui sempre foi uma luta. Ele não pode ver um cartão que já cadastra no telefone e faz compra nos jogos. Hoje em dia esse cadastro é muito fácil. A gente já tentou bloquear os cartões, ele consegue desbloquear e até trocar as senhas. Há um tempo ele entrou no PicPay da minha mãe e conseguiu fazer uma compra de R$ 600″, relembrou.

Após a agressão contra a mãe, o pai do garoto foi avisado e buscou o filho. Ele foi orientado a procurar tratamento psicológico para o adolescente e afastá-lo momentaneamente da mãe.

“Eu vi comentários de várias pessoas dizendo que eu deveria bater nele. Eu já fiz isso, saí como errada na história, foi horrível. O último episódio foi o fim, falei que eu não consigo mais”, disse.

A mãe do adolescente afirmou que não precisou receber atendimento médico e que o conselho tutelar não foi acionado.

“Nessa idade é difícil você falar que não vai dar um celular. Eu não sei o que dizer porque eu estou sem saída disso. Eu não consegui resolver o problema. Dói muito, é muito difícil para uma mãe”.

Comportamento agressivo
Os jogos no celular se tornaram mais recorrentes na vida do menino há cerca de um ano. Segundo a mãe, ele pedia para brincar na rua, mas aos poucos se tornou cada vez mais fechado e sem amigos.

A medida que o tempo com os jogos aumentava, o menino se tornou mais agressivo. Além disso, desde outubro de 2023 criou o hábito de quebrar objetos dentro de casa e agredir os avós idosos.

“Há um ano ele vinha agredindo os avós. Ontem foi a primeira vez que ele me agrediu, mas aqui em casa ele sempre quebrou tudo. Ele passa a mão pelas xícaras e joga tudo no chão. O que ele ver que dá para quebrar, ele joga no chão”, afirmou a mãe.

Com o agravamento da situação, a mãe pediu ajuda para o pai do adolescente, porém, a única resposta que recebeu foi que deveria lidar com a situação.

“O pai dele não me ajudava, dizia que já que estava acontecendo na minha casa, eu que deveria resolver”.

Após ser agredida, a mulher disse que espera que tudo seja apenas uma fase e que quer ter o filho novamente em casa.

“Eu quero ele aqui de volta, espero que seja uma crise e que ele melhore. Eu não o abandonei, eu só não tive controle”.

“Pelo que eu estou passando, pelo que eu já passei, eu acho que uma mãe não deveria entregar um telefone para um filho. A consequência de um celular na vida de uma criança é muito grande. No início a gente acha bonitinho porque eles aprendem rápido a mexer, isso é só desastre. Hoje em dia eu não deixo nenhum outro dos meus filhos usarem”, finalizou.

Fonte: G1