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Oficina de Bordado Livre do Ifac encerra com fortalecimento da tradição artesanal

O Instituto Federal do Acre (Ifac), por meio da Pró-Reitoria de Extensão (Proex), encerrou na última sexta-feira (05.12) a Oficina de Bordado Livre: Ponto a Ponto. A atividade ofertou conhecimentos básicos sobre a técnica do bordado livre, aliando criatividade, inclusão social, cuidado com a saúde mental e valorização cultural.
A oficina integrou ações de extensão voltadas ao desenvolvimento humano e ao resgate de práticas tradicionais, e reuniu servidoras, alunas de diferentes cursos e mulheres da comunidade atendidas pelo Programa Mulheres Mil. Durante o encerramento, a pró-reitora de Extensão, Luana Melo, entregou uma Meção Elogiosa a facilitadora da oficina, Cecília Ualde.
A pró-reitora destacou que a iniciativa vai além do aprendizado técnico. “Nosso principal objetivo foi oferecer conhecimentos básicos sobre o bordado livre, estimulando a criatividade, a inclusão social e o bem-estar das participantes. Além disso, a oficina visou contribuir para a preservação da cultura e o fortalecimento da tradição artesanal”, afirmou.
Luana ressaltou ainda que ações como essa atendem ao compromisso institucional previsto no Plano Estratégico Institucional 2017–2036. “A Proex cumpre a missão do Ifac ao promover atividades que consolidam a instituição como referência local e regional em educação profissional, científica e tecnológica”, disse.
Aprendizado que vira renda e alívio para o estresse – Entre as participantes estava Anne Caroline Viana da Silva, aluna do curso de Cuidador de Idosos, ofertado pelo Programa Mulheres Mil. Ela soube da oficina por meio da orientadora acadêmica local do programa no campus Rio Branco, Iolanda Lourdes Ribeiro e decidiu se inscrever para ocupar o tempo livre e aprender algo novo.
“Passo grande parte do tempo em casa, e a oficina foi uma ótima oportunidade. Gosto muito desse tipo de trabalho e pretendo me aprimorar. Quem sabe, no futuro, posso até comercializar algumas peças”, contou.
Para Anne Caroline, o bordado se tornou uma atividade de lazer e também uma forma de melhorar a renda familiar. “Com certeza contribuirá. Se Deus quiser, será de grande ajuda”, disse.
A professora Emanuela de Souza Gomes dos Santos, docente de Saúde do Trabalho no campus Rio Branco, também participou da oficina e destacou o impacto positivo da atividade em sua rotina profissional. “O exercício da docência exige grande esforço mental e cognitivo, e vivemos um período de intenso estímulo sensorial. O bordado proporcionou um momento de descanso, estimulando outras áreas do cérebro e trazendo bem-estar”, descreveu.
Para a docente, o aprendizado se transformou em algo maior: um convite ao autocuidado. “É fundamental que todo profissional tenha um hobby. Existe vida além do trabalho. O hobby não é perda de tempo, mas um investimento em nossa saúde mental”, enfatizou.
Laços de ancestralidade: bordado como identidade e memória – A engenheira de segurança do trabalho Araguacir Leão buscou a oficina como forma de aliviar o estresse da profissão e se reconectar com sua história familiar.
Descendente de indígenas, ela contou que sua ancestralidade influencia seu interesse pelo artesanato. “Adoro trabalhos manuais e sinto que essa atividade também me conecta com minha cultura. É algo que agrega conhecimento à minha vida”, afirmou.
Araguacir descobriu a oficina por meio do Instagram do Ifac e, apesar de não pretender comercializar seus trabalhos, pretende seguir produzindo peças para uso pessoal. “Infelizmente, o artesanato ainda é pouco valorizado, mas sei o quanto exige dedicação e tempo. Continuarei bordando para minha casa”, disse.
De um sonho à prática: a trajetória de quem ensinou – A facilitadora da oficina, Cecília Ugalde, servidora da Proex, relatou que ministrar o curso significou realizar um sonho antigo: o de compartilhar o conhecimento que herdou de sua mãe. “Aprendi com ela diversas habilidades domésticas, entre elas o bordado. Em determinado momento, percebi que seria injusto deixar esse saber se perder. Por isso, procurei a Proex para transformar essa vontade em um projeto”, contou.
Com apoio institucional e recursos disponibilizados, a oficina foi ofertada a servidoras, alunas e mulheres da comunidade. Das vinte inscritas, dezoito concluíram a formação. “A experiência foi extremamente gratificante. Não digo que ensinei, mas compartilhei um saber que guardei desde a infância. Ver o resultado do trabalho das participantes é emocionante. A alegria é imensa”, celebrou Cecília.
As peças produzidas durante a oficina serão expostas no X Congresso de Ciência e Tecnologia do Ifac (X ConC&T), que será realizado na Reitoria do Instituto Federal do Acre, no período de 09 a 11 de dezembro de 2025.
(Com fotos de Devanir Nascimento de Araújo/Programa Mulheres Mil)











