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Coletivo Pira-Cena realiza ‘perforvivência’ negra e vozes LGBTQIAPN+ em noite de poesia no Studio Beer

O Coletivo Pira-Cena promove, nesta sexta-feira (21), a partir das 18h, no Studio Beer, o primeiro campeonato de poesia marginal Slam Pira-Cena, em parceria com o Slacre. A noite também promete unir arte, política e sobrevivência com a participação especial da DJ Lilly, trazendo narrativas perifericas. O slam terá duas etapas temáticas: uma dedicada às vivências negras e outra ao protagonismo LGBTQIAPN+. Ao final, haverá um after com a explosiva Festa Surubim.
O evento busca destacar artistas cuja principal produção é autoral, para que adolescentes e jovens da periferia possam se enxergar como potências no cenário cultural acreano. Além das batalhas de poesia, haverá o sorteio de uma tatuagem da artista estrangeira Greii Ink para os participantes.
Segundo Maya Dourado, produtor cultural e um dos idealizadores e Slammaster do Slam Pira-Cena e Slacre, os talentos estão onde menos se imagina, o que torna importante a união de coletivos na realização de produções independentes. O slammaster destacou ainda a parceria com a Sans Francisco Filmes para potencializar o evento.
“Assim como tudo que sai do Acre, não poderia ser diferente em relação aos artistas que trazem suas histórias, ‘performatividades’ e também sua origem acreana. Os artistas daqui têm muito disso, porque não estariam fazendo algo tão potente se não tivessem nascido em Rio Branco, na beira dos maiores rios do estado e vividos em uma das maiores periferias. Nossos jovens vêm da baixada, da parte alta, e têm se destacado muito, pois são os jovens que estão nessa produção independente.”
O termo “perforvivência”, cunhado pelo professor e mestre Douglas Mero, é o eixo da primeira etapa do slam. A expressão, que mistura “performance” e “sobrevivência”, ressalta a arte como ferramenta de resistência diante do apagamento histórico dos corpos negros. Na segunda etapa, o espaço será exclusivo para poetas LGBTQIAPN+, reforçando a interseccionalidade que marca o Coletivo Pira-Cena.
De acordo com Artur Silva, slammaster do Slacre, essa edição especial do slam contará com dois finalistas, sendo um de cada temática. Dentre as premiações, se destacam um kit da Made in Acre e alguns quadros da artista regional VandSmaile.
“Em 2018, nasceu o Slam Diversidade, a primeira competição de poesia falada voltada para a comunidade LGBTQIAPN+. Agora, ele volta com uma nova cara, chamada Slacre e esse nome não é à toa, ele veio para ‘lacrar com a cara do preconceito’. Eu, como um dos representantes do Slacre e também um dos organizadores do evento, estou muito feliz de fazer parte da grandiosidade que esse dia vai proporcionar para os participantes.”
Com o final das batalhas, a noite segue com a Festa Surubim, marcada para começar às 22h, a entrada no valor de R$15,00. O evento celebra a cultura LGBTQIAPN+, as culturas urbanas e as culturas amazônidas de resistência com apresentações de DJ Kire, MC Deca, MC Ceifador, Maya Dourado e banda. A curadoria da banca do slam e a energia do after prometem transformar o espaço em um território de liberdade e rebeldia.
Por Cauê