Saúde
Mortes causadas pelo calor podem dobrar aponta estudo

Um estudo realizado por uma rede internacional de pesquisadores revelou que o calor extremo já é responsável por cerca de 1 em cada 100 mortes na América Latina, e esse número pode mais do que dobrar até 2050, caso o aquecimento global siga em ritmo moderado, com aumento entre 1°C e 3°C.
A análise, feita em 326 cidades de nove países, incluindo o Brasil, mostra que as mortes relacionadas ao calor podem chegar a 2,06% do total nas próximas duas décadas. Os idosos e as populações mais pobres são os grupos mais vulneráveis, especialmente quem vive em moradias precárias e sem acesso a ar-condicionado ou áreas verdes.
De acordo com o pesquisador Nelson Gouveia, da USP, o calor extremo aumenta o risco de infartos, insuficiência cardíaca e outras complicações, principalmente entre pessoas com doenças crônicas.
O estudo destaca que políticas de adaptação climática podem reduzir significativamente essas mortes, com ações como:
Planos de emergência para ondas de calor;
Sistemas de alerta precoce;
Expansão de áreas verdes e corredores de ventilação urbana;
Protocolos de saúde pública voltados a idosos e doentes crônicos.
A pesquisa integra o projeto Salurbal-Clima (Mudanças Climáticas e Saúde Urbana na América Latina), que reúne cientistas de nove países e dos Estados Unidos, e busca compreender os impactos das mudanças climáticas na saúde urbana da região.