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Cultura

Centro Cultural Thaumaturgo Filho: arte, cultura e transformação social em Rio Branco

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Em um bairro marcado pela diversidade e pela força da comunidade, o Centro Cultural Thaumaturgo Filho, situado no Conjunto Manoel Julião, Estação Experimental, é um verdadeiro símbolo de resistência e transformação social. Inaugurado em 1998 e pertencente à Prefeitura de Rio Branco, por meio da Fundação de Cultura e Lazer Garibaldi Brasil (FGB), o espaço é mais do que um ponto de encontro artístico: é um lugar onde vidas são impactadas todos os dias por meio da arte, cultura e esporte.


Com salas de atividade e o charmoso Teatro Maués Melo, com capacidade para 91 lugares, o Centro é palco de apresentações artísticas, cursos, oficinas e palestras. Seu propósito vai além do lazer: é um agente de inclusão social, oferecendo aulas gratuitas ministradas por professores voluntários.


“Durante o ano, cerca de 3 mil pessoas passam pelo Centro Cultural em diversas modalidades. Atendemos moradores de aproximadamente 20 bairros. É um trabalho que tira muitas crianças das ruas e de situações de vulnerabilidade Social. Além disso, acompanhamos o desempenho escolar dos alunos, pois acreditamos na transformação pela educação e pela cultura”, evidenciou a coordenadora do espaço, Cleonice Menezes.

Quando criança, Francisco Assunção foi aluno de capoeira do Mestre Caju. Hoje, ele é sargento do Corpo de Bombeiros do Acre e conhecido no mundo da capoeira como Mestre Papalégua. Essa história é uma prova de que o esporte pode mudar destinos e abrir caminhos para o futuro.


“Há três anos estamos aqui com um trabalho de inclusão social para crianças, adolescentes, adultos e até idosos. A capoeira proporciona saúde física e mental e ocupa o tempo da garotada, que muitas vezes está muito voltada às redes sociais. É um resgate de valores. Eu sou um fruto do trabalho do meu mestre Caju e hoje tenho a oportunidade de retribuir dando aula para essa criançada”, explicou o mestre.

Mestre Caju: 40 anos de dedicação à transformação social

Educador físico, Carlos Cavalcante, o Mestre Caju, é uma referência na capoeira no Acre. Com quatro décadas de prática e 35 anos de ensino voluntário, ele acredita no poder do esporte para oferecer uma alternativa a crianças e jovens que vivem em áreas de vulnerabilidade social.


“A capoeira transforma vidas. Eu mesmo sou prova disso e vejo isso nos meus alunos. Muitos vieram de realidades difíceis e hoje são adultos formados, com famílias e carreiras. Quando cheguei no bairro Conquista, era uma área sem atrativos para as crianças. Hoje, muitos daqueles jovens que poderiam ter sido alvos do crime são cidadãos exemplares. O Papalégua, por exemplo, começou comigo e hoje é sargento do Corpo de Bombeiros.”


As aulas no Centro Cultural não são apenas um passatempo para crianças e adolescentes – elas representam um espaço seguro, de convivência e aprendizado. Pietra Silva, de apenas 9 anos, fala com entusiasmo sobre o que aprendeu:


“A capoeira é muito legal, ajuda a desestressar e faz amigos. Eu pratico há mais de um ano e já ganhei minha primeira corda. Quero que mais crianças venham, porque é para todos”.


Já Keila Souza, de 15 anos, reforça a importância do esporte em sua vida: “A capoeira é cultura, dança e luta ao mesmo tempo. Para mim, é como se fosse parte da minha vida. Ela dá conselhos para o dia a dia e envolve muito quem pratica. Já pratico há dois anos e hoje sou corda laranja e azul”, ressaltou.

Luana Lima/Secom

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