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A face oculta da política: Como a compra de votos ameaça a democracia

Em todas as eleições, surgem denúncias e suspeitas que abalam a confiança da população na política: a compra de votos. Essa prática, ilegal e antiética, continua sendo uma das maiores ameaças ao processo democrático no Brasil e em várias partes do mundo. Apesar das leis rigorosas, muitos candidatos ainda utilizam essa estratégia para garantir votos e se eleger a qualquer custo.
A compra de votos ocorre quando um candidato oferece dinheiro, favores, bens materiais ou promessas de emprego em troca do voto do eleitor. É um crime eleitoral previsto no artigo 299 do Código Eleitoral Brasileiro, com pena de reclusão de até quatro anos e multa.
Mas, na prática, as punições raramente são aplicadas com rigor. Muitos políticos agem nos bastidores, utilizando intermediários, realizando a troca em comunidades carentes ou aproveitando a vulnerabilidade de eleitores que enfrentam dificuldades financeiras.
Além do dinheiro, os políticos oferecem desde cestas básicas e materiais de construção até promessas de emprego em prefeituras e repartições públicas.
A compra de votos desvirtua o papel do voto consciente e enfraquece a representatividade política. Quando o eleitor vende seu voto, abre mão de exigir políticas públicas de qualidade, transparência e responsabilidade dos eleitos. O político que compra votos tende a governar com foco no retorno do “investimento” e não no bem comum.
Combater esse tipo de crime exige uma atuação conjunta da Justiça Eleitoral, Ministério Público, imprensa e, principalmente, da população. É fundamental denunciar, recusar qualquer tipo de vantagem indevida e votar com consciência. Um voto comprado custa barato no momento, mas pode sair caro por quatro anos.
A compra de votos é um sinal de que ainda temos um longo caminho para fortalecer a democracia. É preciso mais fiscalização, punições eficazes e, acima de tudo, educação política para que o eleitor entenda o poder que carrega nas mãos.
Por Ronaldo Duarte