Um novo estudo da Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada (RAISG) revela um cenário alarmante: a Amazônia pode perder até 23,7 milhões de hectares de floresta entre 2021 e 2025, o equivalente ao território do Reino Unido. Essa perda representaria quase metade do desmatamento registrado nas últimas duas décadas (54,2 milhões de hectares).
A pesquisa, intitulada “Desmatamento na Amazônia em 2025”, analisou dados de nove países que compõem a Região Amazônica, abrangendo 850 milhões de hectares. O estudo apresenta três cenários possíveis otimista, moderado e pessimista sendo este último o mais preocupante.
Entre os principais vetores de desmatamento estão a expansão agropecuária, mineração, construção de infraestrutura (especialmente rodovias) e atividades ilegais como o tráfico de drogas e a exploração de ouro. Mais de 55 milhões de hectares estão atualmente vulneráveis à devastação, segundo mapeamento geoespacial da RAISG.
A destruição da floresta compromete a estabilidade climática, a qualidade da água e pode levar à extinção de espécies ainda não conhecidas pela ciência, já que a Amazônia abriga cerca de 30% da biodiversidade do planeta.
Especialistas destacam o impacto das políticas públicas: após uma queda nas taxas de desmatamento nos anos 2000, os números voltaram a crescer a partir de 2019, impulsionados pela fragilização dos órgãos ambientais durante o governo Bolsonaro.
Segundo o estudo, 84% do desmatamento nas últimas décadas foi causado pela agropecuária. A infraestrutura rodoviária também aparece como um dos maiores responsáveis: mais de 70% da devastação ocorre a até 50 km de estradas, facilitando o acesso, ocupação irregular e o escoamento de recursos ilegais.
A RAISG alerta que, sem medidas urgentes de proteção, a Amazônia pode sofrer perdas irreversíveis, comprometendo não apenas o ecossistema regional, mas também o equilíbrio ambiental global.
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