Cultura
A Páscoa: origens e significados de uma celebração milenar

Por Vitor Frota
Neste mês de abril muitas nações se preparam para comemorar a páscoa, mas afinal, qual a origem e o significado da páscoa? Além dos chocolates e a imagem do coelho, a comemoração tem origens religiosas no cristianismo e judaísmo.
A Páscoa é uma celebração do calendário religioso cristão em memória à crucificação e à ressurreição de Jesus Cristo. A celebração cristã inspirou-se em uma comemoração judaica chamada pesach, que acontecia na mesma época que Jesus supostamente foi crucificado e ressuscitou.
A festa judaica celebra a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito, a páscoa cristã celebra a libertação do “homem” do pecado, com a morte e ressurreição de Jesus. Quem explica isso é o padre Mássimo Lombardi.
“O significado da Páscoa é uma passagem, antes de tudo, da escravidão a libertação. O povo de Israel passa da escravidão para a liberdade e a esperança de uma terra prometida. Hoje, para os cristãos, é a passagem da morte para vida, é a passagem da escravidão do pecado para liberdade dos filhos de Deus”, resumiu.

Padre Mássimo Lombardi explica as origens da Páscoa – Foto: Retirada da Internet
Mássimo ainda disse que outras culturas também influenciaram nas festividades. Na Europa a páscoa era comemorada no fim do inverno, com a renovação da primavera. Um desses símbolos era o coelho, o que significava fertilidade e o ovo entrou como um significado de vida.
“Dentro dos povos pagãos, a páscoa vem como uma renovação da natureza e da vida. Após um inverno rigoroso, os pagãos comemoravam a primavera com um banquete e usavam símbolos como o coelho, que significa fertilidade, e o ovo que vem como um significado de renovação da vida”, explica o padre.
Semana Santa
A Semana Santa também relembra a Última Ceia, na Quinta-feira Santa. Essa foi a última ceia de Jesus com seus discípulos. Ela foi realizada durante a celebração judaica e nela Jesus anunciou que um dos discípulos o trairia e que os outros fugiriam perante a sua perseguição.
Por que a Páscoa não tem uma data fixa?
A Páscoa segue o calendário lunar. Mesmo comemorando o Natal no dia 25 de dezembro, como dito pela Igreja Católica, não existe evidência que foi nesta data que Jesus nasceu. Assim, também não há evidências de suas datas de morte e ressurreição, mas sim um período em que provavelmente ocorreram.
Então, a Páscoa é comemorada no primeiro domingo após a primeira lua cheia, após o equinócio da primavera. E a partir desta data, outras comemorações são definidas, como Corpus Christi, que acontece 60 dias depois da Páscoa.
Por que a Páscoa é importante de fato?
Ela simboliza valores universais como esperança e renascimento. Para cristãos, é a principal celebração religiosa; para judeus, a Pessach reforça a identidade cultural; já nas tradições pagãs, marcava o renascimento da primavera.
Hoje, sua relevância ultrapassa o religioso: tornou-se um fenômeno cultural e comercial, com ovos de chocolate e coelhos no Ocidente, enquanto mantém tradições únicas em cada país – de feriados familiares no Brasil a procissões solenes em outras culturas. Essa adaptabilidade explica sua permanência global.