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Podcast Fala Operacional destaca mulheres da segurança pública e suas trajetórias inspiradoras

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Ao longo do mês de março, o podcast Fala Operacional produziu uma série especial de episódios para destacar mulheres que desempenham papéis fundamentais na sociedade e na segurança pública. A iniciativa teve como objetivo dar visibilidade às conquistas e desafios dessas profissionais, além de inspirar outras mulheres por meio de suas histórias.

Na última quinta-feira, 27, o apresentador Kiuly Daniel recebeu a Tenente-Coronel Eliana Maia, comandante do Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran). Também participaram do episódio a delegada Elenice Frez, coordenadora da Delegacia da Mulher (Deam), a sargento do Corpo de Bombeiros (CBMAC), Geíza Guerra e as irmãs da Polícia Penal (PPAC), Sirlânia e Silvânia.

Durante a conversa, as convidadas compartilharam suas trajetórias, desafios e conquistas dentro das forças de segurança. A Tenente-Coronel Eliana Maia falou sobre os aprendizados adquiridos ao longo da carreira e as dificuldades de adaptação ao militarismo.

“Eu acho que, tudo na vida, a gente pode tirar dois tipos de aprendizados, nada é perdido. Aprendi muito enquanto soldado e tive muitas dificuldades para me adaptar ao militarismo, que, pra mim, era uma novidade. Quando a gente chega da vida civil ao militarismo, aquilo tudo é estranho, esquisito e parece ser desnecessário. Mas, com o tempo, a gente vai entendendo que é uma maneira de organização que faz tudo fluir muito bem. Essa vivência profissional refletiu muito na oficial que busco e procuro ser, cada dia tentando ser melhor e tratar as pessoas da maneira que eu gostaria de ser tratada, e mais, não fazendo aquilo de errado que eu acredito que eu sofri enquanto eu era soldado ou até mesmo oficial”.


A delegada Elenice relembrou sua trajetória profissional, destacando sua determinação para chegar ao cargo que ocupa atualmente.

“Comecei trabalhando como balconista e depois passei quase seis anos em uma loja de materiais para construção. Aos 18 anos, passei no meu primeiro concurso, para telefonista no Tribunal de Justiça. Depois, ingressei na Polícia Civil como agente e, cinco anos depois, assumi o cargo de delegada no Acre. No dia 5 de maio, completo 20 anos na instituição”, contou.

Já a sargento Geíza destacou a importância da autoconfiança e do reconhecimento do próprio valor. “Temos uma tendência a nos diminuir, mas é essencial olhar para si mesma e enxergar o potencial de crescimento. Sempre digo que já conheço os meus medos, agora preciso conhecer as minhas coragens”.

As irmãs Sirlania e Silvania, que atuam na Polícia Penal há 17 anos, também compartilharam experiências marcantes da carreira. Silvania relembrou um episódio tenso envolvendo conflitos entre facções dentro do sistema prisional.

“Na época, logo quando começou as facções, elas começaram a brigar e disseram que iam invadir o presídio, uma facção pra matar a outra e que ia ser pelo feminino. Nessa época foi muito difícil. Nós ficávamos a noite inteira na beira do açude, às vezes contando piada pra ver se amenizava e olhando para aquelas muralhas, esperando eles virem. A viatura com os colegas e a Polícia Civil também dava apoio, fazendo ronda. Naquele tempo eu disse ‘meu Deus, será que é isso mesmo que eu quero pra mim? Viver com medo, sair de casa pra trabalhar e não saber se vai voltar?’. Aquele tempo foi muito difícil, acredito que não só para mim, mas para todas as meninas do feminino, porque para chegar lá tem que passar por todo o complexo masculino e ninguém sabia o que estava acontecendo, a gente só escutava, mas de fato não sabia. Então marcou muito essa época pra mim”.

A irmã Sirlania complementou com o relato de um dia de invasão ao presídio feminino.

“Era no sábado, nesse dia a guarda ia começar a visita às 8h. As colegas que estavam escaladas na revista já tinham subido e tinha as do prédio. Estava eu, Rafa e Sandra quando vimos os presos começarem a pular. Era surreal sabe. Eles já caiam em pé, parecia gato. O policial que estava na muralha começou a atirar, e eles iam pra cima. Começou a brotar preso saindo e pulando em direção ao feminino, porque o chapão a final dava acesso ao feminino. Fechei o portão. Eles estavam querendo, eu acho, tomar o feminino, o policial na muralha não conseguiu de cima e os outros chegaram muito rápido e acuaram eles ali”.

Os episódios completos podem ser encontrados no canal do podcast Fala Operacional no YouTube.

https://www.youtube.com/@FalaOperacionalPodcast

Por Mirlany Silva

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