Política
Novo Cadastro Único começa a funcionar a partir de 17 de março; veja o que muda

O novo Cadastro Único (CadÚnico) vai começar a funcionar a partir da segunda-feira (17). O sistema é utilizado por famílias de baixa renda para acessar programas como o Bolsa Família. A plataforma simplificará as informações e o acesso à população e aos operadores, além de integrar outras bases de dados do governo federal.
A atualização, que não ocorria desde 2010, vai impactar os mais de 40 programas sociais federais que utilizam os dados do Cadastro Único para selecionar seus beneficiários, como o Pé-de-Meia e o BPC (Benefício de Prestação Continuada), além do Bolsa Família.
Atualmente, são 71,7 milhões de pessoas em famílias de baixa renda cadastradas.
“Para as famílias, não muda nada. A única diferença é que o processo de cadastro será mais rápido e seguro”, afirma, em nota, a secretária de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único, Letícia Bartholo.
Ela explica que o novo sistema utilizará a integração das bases de dados do governo federal na inclusão de novas famílias e atualização de informações de pessoas já cadastradas.
“A novidade melhorará a vida do operador, que não terá que gastar tanto tempo para digitar as informações, e a vida do usuário, que não precisará gastar mais tempo dizendo ao poder público informações que o poder público já possui.”
(Letícia Bartholo)
A migração da base de dados começou em 1º de março e vai até domingo (16), sem interferir no atendimento à população. Os serviços realizados nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), Centros Especializados de Assistência Social (Creas) e demais unidades de assistência social não precisaram ser suspensos.
O que é o Cadastro Único
É um registro que permite ao governo saber quem são e como vivem as famílias de baixa renda no Brasil. Ele foi criado pelo governo federal, mas é operacionalizado e atualizado pelas prefeituras de forma gratuita.
Para se inscrever, basta ir pessoalmente a um CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) ou outro posto de atendimento do município. O cadastro é gratuito.
Quem pode participar
Podem participar do Cadastro Único as famílias que vivem com renda mensal de até meio salário-mínimo por pessoa.
O que vai mudar
O CPF será a chave de unidade do Cadastro Único, abrindo a possibilidade de integração com a nova Carteira de Identidade Nacional e outras bases biométricas nacionais, reforçando a segurança do sistema.
O novo portal de gestão do Cadastro Único vai automatizar o preenchimento das informações das famílias, evitar erros e tornar o processo de atendimento na rede do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) mais ágil.
Integrações de dados, que antes levavam dois ou três meses para serem realizadas, poderão ser feitas em poucos dias.
Quando o operador for preencher o campo com o Cadastro de Pessoa Física (CPF) do beneficiário, serão processadas automaticamente informações de diferentes bases, como a de óbitos e nascimentos, Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), Receita Federal, Previdência Social, entre outras.
A plataforma do CadÚnico também vai ter cursos para a qualificação contínua, via modalidade de ensino a distância, que vai garantir 100% dos operadores e entrevistadores do cadastro sempre atualizados.
O novo sistema também contará com uma plataforma de gestão de riscos e monitoramento, para evitar fraudes cibernéticas e outros tipos de fraudes.
Uma plataforma de relatórios analíticos será disponibilizada para que os municípios possam trabalhar as informações do cadastro, otimizando a gestão e o planejamento nas políticas públicas.
Formulário do Cadastro Único poderá ser acessado de maneira offline em dispositivos móveis (tablets ou celulares). A função é importante para a coleta de dados em áreas sem internet, por exemplo.
O entrevistador social poderá transferir os dados para o portal do Cadastro Único em que se encontra o novo sistema, em vez de ter que transcrever as repostas do formulário de papel.
Os formulários impressos permanecerão como uma alternativa para inscrição e atualização de dados das famílias, em caso de necessidade.
André Oliveira/MDS