Política
Visita do Ministério da Saúde ao Acre reforça estratégias de combate às arboviroses
O governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), recebeu nesta sexta-feira, 17, a visita da equipe do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) do Ministério da Saúde. A iniciativa faz parte do Plano Nacional de Contingência para Prevenção e Controle das Arboviroses, com foco em doenças como dengue, Zika e chikungunya.
Nos últimos dias, a equipe do COE esteve em Cruzeiro do Sul e outros municípios do Vale do Juruá, promovendo ações técnicas para fortalecer a vigilância epidemiológica, reorganizar os serviços de saúde e apoiar as gestões locais. Essas atividades incluíram reuniões técnicas, orientações para mobilização social e eliminação de criadouros do mosquito transmissor.
Nesta sexta-feira, a caravana do COE chegou a Rio Branco, onde uma reunião foi realizada com autoridades de Saúde do Estado e da capital. Durante o encontro, foram alinhadas estratégias baseadas no Plano de Ação 2024/2025 do Ministério da Saúde.
“A gente agora está enfrentando um período crítico. Essa sazonalidade anual tem apresentado casos elevados, especialmente em Cruzeiro do Sul, Rio Branco e Acrelândia. Nosso plano de intervenção está pronto e estamos monitorando os municípios para mitigar os danos”, destacou a secretária de Estado de Saúde, em exercício, Ana Cristina Moraes.
O vice-prefeito de Rio Branco, Alysson Bestene, também comentou sobre as ações na capital. “Iniciamos um processo de limpeza urbana e controle do vetor, com foco nos bairros mais afetados, como o Segundo Distrito, Cidade Nova e Cidade do Povo. Nos últimos dias, nossas equipes removeram mais de 250 toneladas de entulho e material orgânico. Estamos nos antecipando aos impactos das chuvas e fortalecendo a vigilância epidemiológica nas regiões de maior risco”, explicou.
O Acre está entre os sete estados priorizados nesta etapa inicial devido à alta incidência de arboviroses neste período sazonal. A ação faz parte de um esforço nacional que destina R$ 1,5 bilhão para o fortalecimento das medidas de controle em todo o país.
De acordo com Weslley Vitor da Silva, coordenador-geral de Resposta às Emergências em Saúde Pública, o COE foi ativado um mês antes do previsto. “A situação epidemiológica no país já indicava agravamento, e antecipamos nossas ações para apoiar os estados e municípios. Estamos trabalhando de forma integrada para prevenir e dar suporte técnico”, afirmou. Ele ressaltou que o pico de casos ainda é esperado para os próximos meses, exigindo maior mobilização.
A caravana do COE Nacional visitou, além do Acre, os estados do Amapá, Amazonas, Espírito Santo, São Paulo, Paraná e Roraima. A proposta é apoiar as gestões locais na vigilância epidemiológica, assistência à população e na reorganização dos serviços de saúde.
Ações preventivas e inovações tecnológicas
O Plano de Ação para Redução da Dengue e outras Arboviroses 2024/2025 inclui novas tecnologias para o controle do vetor, como:
Wolbachia: Método que infecta o mosquito da dengue com uma bactéria
Insetos estéreis: Machos do Aedes aegypti esterilizados, recomendados para áreas de preservação ambiental e comunidades indígenas.
Borrifação residual intradomiciliar: Utilizada em áreas de grande circulação de pessoas, como creches, escolas e asilos estações.
Disseminadoras de Larvicidas: Previsão de implantação de 150 mil unidades na primeira fase do projeto.
Bacillus Thuringiensis Israelensis (BTI): Utilizado para monitorar e controlar a disseminação do mosquito.
Cenário Epidemiológico
No Acre, já foram registrados neste início de ano 1.555 casos prováveis de dengue, sem óbitos e sem casos graves até o momento. O coeficiente de incidência da doença é de 176,6 casos por 100 mil habitantes. Os casos se concentram nas primeiras semanas do ano, com um pico na 1ª semana epidemiológica, atingindo 840 casos. Após este pico, observa-se uma queda significativa na frequência dos casos nas semanas seguintes.
Em 2024, o Brasil registrou 6,6 milhões de casos prováveis de dengue e 6 mil óbitos, segundo o painel de atualização de casos de arboviroses do Ministério da Saúde. Até a última quarta-feira, 8 de janeiro, foram notificados 10,1 mil casos prováveis e 10 óbitos estão em investigação em 2025. Do total de casos, 50% estão concentrados nos estados de São Paulo e Minas Gerais, enquanto a região Sudeste responde por 61,8% das ocorrências.
A integração entre os governos federal, estadual e municipal segue como um pilar essencial para a contenção das arboviroses. O Ministério da Saúde reforça a importância da colaboração e participação ativa da população na eliminação de focos do mosquito transmissor, visando a proteção da saúde pública.
Luana Lima-Agência de Notícias do Acre
Foto: Luan Martins/Sesacre